Fato: Há mais estrelas no universo que grãos de areia no mar
Fato: Os alunos Japoneses estudam mais e detém os melhores índices de QI
Estatística: dois milhões de pessoas trafegam todos os dias pelo Metro de São Paulo
Estatística: Nas capitais morrem mais motoqueiros no transito que vítimas de assaltos
Generalização: Pelo menos 70% da população é covarde e conformista.
Generalização: A maior parte dos brasileiros é ignorante, imoral e corrupta.
Todas essas frases me parecem ser verdadeiras, ou ao menos plausíveis. Essa é a primeira pergunta que você deve se fazer: posso aceitar essa informação e repeti-la? Como argumentos há pouca diferença qualitativa. A única diferença está em referência à sua neutralidade, umas podem ser meros fatos, outras ofendem.
Quando você, leitor, estava na escola, suas notas o classificavam, dentro de uma média estatística - não apenas entre seus colegas, mas também entre todos que passaram por esse sistema de ensino, ainda é assim até hoje. Você era um dado estatístico classificado basicamente por sua inteligência e capacidade.
Enquanto você era comparado com o desempenho de seus colegas, como se sentiam os alunos situados nas extremidades? Alguém se importava? Havia alguém que dissesse que era cruel colocar os jovens nessa situação? Que esse clima de competição pudesse ser prejudicial ao desenvolvimento de mentes saudáveis?
Não há nem crítica dos tecnocratas, nem preocupação dos pais, que aceitam submeter seus filhos a um sistema carcerário doentio e desumano. O motivo é simples, se os demais o fazem, deve estar certo. O culpado é esta sociedade que reprime a discussão racional, que reprime a lógica e o bom senso. As pessoas são submetidas ao sistema politicamente correto, que estabelece os limites de discussão.
Não há problema algum passar horas enchendo a cara num bar, discutindo o impacto do sobrepeso do Ronaldo. Apesar de ninguém ter mérito no seu sucesso, todos se dão direito a condená-lo e humilhá-lo - isso pode porque todos o fazem. Mas somos todos solidários quando aparece nos jornais o gordinho que foi destratado no metrô por ocupar duas cadeiras.
Um cientista americano apresentou o resultado de uma pesquisa realizada em 5 milhões de pessoas, usando os dados de escolas públicas do mundo todo. Suas primeiras revelações apontavam que o QI dos Japoneses era, em média, acima de 120 pontos. Os americanos e Europeus variavam muito pouco. O mundo discutiu o assunto como algo interessante que poderia ajudar na melhora do sistema de ensino.
Infelizmente a carreira desse indivíduo chegou ao fim quando ele publicou o restante de seu trabalho. Figurava que os alunos de etnia negra tinham QI próximo ou abaixo de 70 pontos. A esperada reação mundial foi de rejeitar esse dado - sem necessidade de alguma referência estatística, pois lhes parecia ser racista!
Independente do grau de veracidade, das provas irrefutáveis, a informação passa pelo filtro PC, que é aprovada como fato ou estatística ou rejeitado como mentira ou generalização. A sociedade é hipócrita do miolo pra fora... Se a informação não agrada ela é descartada, até rima.
Pois a afirmação de a maioria dos brasileiros serem covardes e conformistas é perfeita e condizente com a atitude de sua sociedade. Há muito poucos indivíduos que têm a capacidade de discernir alguma coisa (ignorância). Já que não compreende, aceita o modo de pensar da maioria (conformista). Se entendesse, tampouco encontraria forças de fazer algo a respeito, e mesmo que se revoltasse com a norma de algum assunto não iria se manifestar pelo medo de ser marginalizado pela sociedade (covardia).
Quanto à sua falta de moralidade, o brasileiro vê claramente os abusos cometidos diariamente contra o seu próximo, mas enquanto não lhe atinge, o abuso não é seu problema. A regra generalizada é 'ser esperto', se puder sonegar seus impostos, sonega! Se puder tirar alguma vantagem sobre seu próximo, a tira. Se puder roubar sem ser pego, rouba.
O brasileiro vê o honesto e trabalhador como um otário, quem ele realmente admira é o bandido, o ladrão - prova disso é a disparidade do salário mínimo do trabalhador (R$520) em contraste com a ajuda-auxílio dos detentos (R$780 por filho) e o pacote da bolsa-família, que não passa de um incentivo para vagabundo (R$3000). Ou seja, realmente só otário trabalha neste país.
Quanto à corrupção, ele reclama apenas por inveja dos políticos e burocratas que saqueiam o país, mas dada a oportunidade o faz igual ou pior - depende de oportunidade e sua esperteza.
É muito comum, nas rodas de discussão, ver as pessoas tentando argumentar sobre assuntos sérios, mas em vários momentos se vê obrigado a reconhecer que 'está generalizando, mas...' - essa necessidade de justificar que não está sendo tendencioso é causada pela forte pressão do politicamente correto, que classifica de preconceituosa qualquer generalização controversa. Não há nada de errado generalizar contra país desenvolvido ou contra o homem branco, por exemplo.
- Todo homem branco sofre de síndrome de down! Garanto que nem o leitor achou chocante essa afirmação, apesar de ser falsa e ofensiva.
- Alguns homens negros têm joanete acentuado. Nem sei bem que pode implicar tal frase, mas eu mesmo já sinto um grau de culpa por escrevê-la. Já sinto a pressão do PC, dá vontade de apagar o texto todo e me esconder debaixo da cama.
O par de frases demonstra a hipocrisia do código PC, mas mais importante, nos dá uma sensação de erro e culpa subconsciente, que nos faz pensar se não fomos programados em algum laboratório secreto. Se um indivíduo branquelo fosse repetir a segunda frase em público, certamente seria criticado, pelo tabu de suas primeiras três palavras.
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